sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Analfabetos nós?

O SOLDADO
       Não sei ler...

O DIABO
       Não sabe ler?  Nem precisa.
       É um livro para ler sem se saber ler.
       É um livro... eu lhe digo,
       que se lê a si próprio; lê-se a quem o tem.
       Basta abrir e cai tudo.
       É um... cofre-forte.
       Abre-se e tiram-se...
       Títulos!
       Dinheiros!
       OURO!

O SOLDADO
      Gostava de ver primeiro.

C.F. RAMUZ (1878-1947), História do Soldado 
(versão de Mário Cesariny) 


quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

...

Onde está o Wally?

Fósseis no museu 

Palavras interditas


Tu falas, sim . De ti. Falas muito. Descreves com a destreza linguística que te caracteriza e com monótona exactidão todos os momentos do dia, todas as acções e reacções, não deixas nenhum minuto em sossego, não fica pedra sobre pedra. 


Tantas palavras


Algumas houve que deixaste cair em desuso. 


Dantes não era assim. Falavas de ti, sim. Mas falavas comigo... Descrevias com apaixonante exactidão todas as emoções,  todos os sentimentos, accionando em mim acções e reacções, este desassossego com que fui construindo o amor.  Pedra sobre pedra.


Hoje tens palavras interditas.
E, entre nós, deixou de se pronunciar o amor. 


terça-feira, 10 de janeiro de 2012

O homem mais alto do mundo



A little bird
Came right up to me
Found a thread, oh
Hanging from my sleeve
Then he flew up high
Until I fell apart
Stitches, they all flew, oh
From why did my heart
So then a little girl
Came and found my bones
She built a meadow
She should have made him watch
As the meadowlark
Found that needle's eye
As he made that patch, oh
For my broken sky
And so the winter night
Came down to our hands
Trying to steal, oh
What could soothe a man
Yes and still I knew
That old dark was mine
And it's fading out, oh
Every star I find
And so... By the day
Little girl and I
Shook all trees, oh
To see what would fly
And it's times like these
There's no need for words
I just need to find, ohhhhh...
I need a field of birds


Obrigada Trek Salama por me apresentares a estas e a outras músicas. 

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Sossego


Faço parte da árvore desta vida. Da minha, árvore quebrada, retorcida, mas entretecida de ramos que a suportam e suportam outras vidas. Felizes. Às vezes também. Vivas. Sempre sempre. Frágeis, serenas, amantes e amadas. Que mais queres tu minha alma de pássaro? Aninha-te nesta árvore, saltita nos seus nós, deixa-te acariciar pela brisa das folhas. Para que queres sempre voar?


Abençoada a tua transparência, alma minha, que me deixa sentir o mundo. Abençoada.



Klimt-The tree of life