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quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Palavras interditas


Tu falas, sim . De ti. Falas muito. Descreves com a destreza linguística que te caracteriza e com monótona exactidão todos os momentos do dia, todas as acções e reacções, não deixas nenhum minuto em sossego, não fica pedra sobre pedra. 


Tantas palavras


Algumas houve que deixaste cair em desuso. 


Dantes não era assim. Falavas de ti, sim. Mas falavas comigo... Descrevias com apaixonante exactidão todas as emoções,  todos os sentimentos, accionando em mim acções e reacções, este desassossego com que fui construindo o amor.  Pedra sobre pedra.


Hoje tens palavras interditas.
E, entre nós, deixou de se pronunciar o amor. 


sexta-feira, 3 de junho de 2011

Agora mesmo

Foi agora mesmo, eu vi. Ele, com os olhos tristes de cachorro abandonado e a alma negra de mágoa, deitou a cabeça sobre o ventre dela procurando abrigo. E quando as maos dela lhe acariciaram o vento dos cabelos, eu vi que eles eram um só.