Hoje foi de espátula. Teve que ser porque a faca já estava romba e tornou-se indisfarçável a inutilidade. E antes que alguém reparasse e apontasse a minha fragilidade, peguei na espátula e voltei diligentemente ao trabalho. Raspa...Raspa..Doem-me as mãos e o coração. Raspo... Raspo... onde consigo chegar mais fundo a pele começa a exibir as cicatrizes da saudade, mas no geral é inutil. Raspo... Estás em mim. Raspo-te... Não adianta. Descolo-te e desato-te, mas há sítios onde te fundiste comigo e eu já nem sei onde começas tu e acabo eu. Como foi possível? De onde viste tu? Que faço agora com os teus pedaços?
Vou pegar no cinzel e esculpir uma armadura enquanto finjo que já cá não estás.
Sem comentários:
Enviar um comentário