terça-feira, 20 de novembro de 2012

recados




Continuo a gostar dos recados que me deixas espalhados por aí. Podia recolhe-los todos e  fazer um livro. Ou guardá-los numa caixa embrulhados numa fita de cetim como se guardam as cartas de amor. Mas não. Nunca lhes mexo.  Gosto de os ter espalhados pela casa e de os procurar quando me apetece cheirar-te. Gosto de os reecontrar quando ajeito uma almofada do sofá ou dentro do bolso do casaco que já não vestia desde a ultima estaçao. Sabem-me sempre a surpresa. E tantos anos depois, cada um dos quadradinhos de papel que foste deixando para tras, continuam a ser pedaços de ti, peças de um puzzle que nunca desisti de completar. 
Nunca deixes de escrever os meus recados. Mesmo sabendo que nunca te leio. Mesmo que não sejam para mim.

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